É tanta a publicidade móvel sobre
poderes divinos,
Oferecendo prodígios celestiais nada
pequeninos,
Que já se dispensa o agir capaz de
melhorar a vida,
Pois, pela via do pastor, Deus age
bem na medida.
Cura magicamente qualquer doença do
tipo que for,
E afugenta as mazelas dos ínfimos
resquícios da dor,
Desde que pessoas se atrelem ao
pastor presunçoso,
E ao lugar que ele estabelece para o
agir miraculoso.
Na captação secreta do quanto Deus possa
oferecer,
O mediador da suposta barganha se põe
a enaltecer,
Seu próprio poder de cura de toda
fraqueza humana,
E da possível potencia satânica que
tanto desengana.
Não estaria o poderoso milagreiro do
auto-engano,
Extrapolando com algo que é meramente
profano,
Para sustentar a ação divina através
da sua pessoa,
E submeter ao controle que em seu
desejo ressoa?
No pressuposto do lugar da ação da
força superior,
Fica Deus delimitado à condição banal
e tão inferior,
Que nem lhe cabe o direito de ser
Deus e fica refém,
Do que alguém imagina captar de
exotérico do além.
Da linguagem do auto-engano
extrapola-se o profano,
E o efeito sugestivo sobre algo tão
genuíno e humano,
Ao ser atribuído como sendo ação de
efeito do além,
Transforma tanto vivente em submisso e
pobre refém.
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