domingo, 13 de dezembro de 2020

IMPEDIDOS DE DIREITO

 

 

Tantos humanos sem direito,

Impedidos de terem direito,

À margem da própria sorte,

Em nada encontram aporte.

 

Acuados na pobreza extrema,

Sobrevivem num duro dilema:

Valer-se da tática espoliadora,

Ou da rua tão desagregadora.

 

Ali, nas relações precarizadas,

Sentem ações tão indesejadas,

Daqueles que negam o direito,

De se aglutinarem do seu jeito.

 

Sem direito à cidade povoada,

Recolhem a sobra descartada,

Não vistos na política pública,

E condenados à eterna súplica.

 

Belas moradias convencionais,

Agridem os seus sonhos vitais,

Na falaciosa crença capitalista,

Que os enxota da livre pista.

 

A rua como único espaço vital,

É reservada ao espaço capital,

Que os invisibiliza sem ternura,

E jamais os trata com candura.

 

Desprovidos de belos aparatos,

E da higiene de pobres baratos,

Resultam objeto de indiferença,

E duma ostensiva malquerença.

 

Mais descartados do que o lixo,

Este acaba em derradeiro nicho,

Degrada os vínculos familiares,

E básicos direitos elementares.

 

 

 

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