Tantos humanos sem direito,
Impedidos de terem direito,
À margem da própria sorte,
Em nada encontram aporte.
Acuados na pobreza extrema,
Sobrevivem num duro dilema:
Valer-se da tática espoliadora,
Ou da rua tão desagregadora.
Ali, nas relações precarizadas,
Sentem ações tão indesejadas,
Daqueles que negam o direito,
De se aglutinarem do seu jeito.
Sem direito à cidade povoada,
Recolhem a sobra descartada,
Não vistos na política pública,
E condenados à eterna súplica.
Belas moradias convencionais,
Agridem os seus sonhos vitais,
Na falaciosa crença capitalista,
Que os enxota da livre pista.
A rua como único espaço vital,
É reservada ao espaço capital,
Que os invisibiliza sem ternura,
E jamais os trata com candura.
Desprovidos de belos aparatos,
E da higiene de pobres baratos,
Resultam objeto de indiferença,
E duma ostensiva malquerença.
Mais descartados do que o lixo,
Este acaba em derradeiro nicho,
Degrada os vínculos familiares,
E básicos direitos elementares.
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