domingo, 13 de dezembro de 2020

FOFOCAGEM

 

 

Agradável como aragem suave,

E solene como o ar de conclave,

Mexe com antenas da atenção,

E produz a ambígua irradiação:

 

De um lado, tão doce e gostosa,

Mas, de outro, amarga e raivosa,

Expõe os mundos contraditórios,

De preconceituosos consistórios.

 

Metida a bruxa feia e horrenda,

É artista para ajeitar contenda,

E dilatar-se qual virose temida,

Para causar imagem denegrida.

 

Apesar de imagem contestada,

Reboleia a língua já adocicada,

Para interpretar na vida alheia,

Toda contraditória mão cheia.

 

Além da gestação de intrigas,

E antagonizar pessoas amigas,

Suas deduções interpretativas,

Gestam reações autoreflexivas.

 

Altera no cotidiano rotineiro,

Enfadonho rumo corriqueiro,

Para repassar interpretações,

Das desencontradas emoções.

 

Auto-crítica da fala perpetrada,

Que denegriu pessoa recatada,

Requer inovada auto-imagem,

No lugar da balofa plumagem.

 

Caso interpretasse coisa boa,

Da bondade que tanto ressoa,

Contagiaria as terras e os ares,

Com os solidários patamares.

 

 

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