Agradável como aragem suave,
E solene como o ar de conclave,
Mexe com antenas da atenção,
E produz a ambígua irradiação:
De um lado, tão doce e gostosa,
Mas, de outro, amarga e raivosa,
Expõe os mundos contraditórios,
De preconceituosos consistórios.
Metida a bruxa feia e horrenda,
É artista para ajeitar contenda,
E dilatar-se qual virose temida,
Para causar imagem denegrida.
Apesar de imagem contestada,
Reboleia a língua já adocicada,
Para interpretar na vida alheia,
Toda contraditória mão cheia.
Além da gestação de intrigas,
E antagonizar pessoas amigas,
Suas deduções interpretativas,
Gestam reações autoreflexivas.
Altera no cotidiano rotineiro,
Enfadonho rumo corriqueiro,
Para repassar interpretações,
Das desencontradas emoções.
Auto-crítica da fala perpetrada,
Que denegriu pessoa recatada,
Requer inovada auto-imagem,
No lugar da balofa plumagem.
Caso interpretasse coisa boa,
Da bondade que tanto ressoa,
Contagiaria as terras e os ares,
Com os solidários patamares.
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