quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

ABUSO DO PODER ESPIRITUAL

 

 

Filha da capacidade manipuladora,

Está a pretensão da fé promissora,

A manipular a dimensão espiritual,

Para perpetrar controle preceitual.

 

Instrumentalizando as convicções,

Dobra-se a consciência para ações,

Que a afastam da sua busca de fé,

Para assumir conselhos de má-fé.

 

Desperta a impotência da vítima,

Para atrelar a sua fé tão legítima,

À direção da prestimosa tutoria,

Na tergiversação da sua fantasia.

 

Metido a dono do conteúdo da fé,

O abusador assegura ser o que é,

Como o melhor interprete divino,

Para aconselhar com lídimo atino.

 

Quando o guia espiritual quer ser,

A exclusiva fonte para arrefecer,

Com soluções que ele interpreta,

Foge da ética saudável e discreta.

 

O caminho para Deus que aponta,

É pífia manipulação que afronta,

A sincera abertura para liberdade,

E fere a vítima com arbitrariedade.

 

Na autoproclamada ação salvadora,

Subjaz a farsa da fé nada redentora,

A induzir perverso abuso espiritual,

Espoliando pessoas de modo banal.

 

Constitui prelúdio do abuso sexual,

Pois avança pela noção consensual,

Do direito de satisfazer carências,

Para suas próprias benemerências.

 

 

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