sábado, 19 de dezembro de 2020

A ESTRELA NA ESCURIDÃO

 


A memória do natal de Cristo,

Em meio ao pedido imprevisto,

Do soberbo imperador romano,

Lembra o procedimento insano.

 

Os pobres e humildes vitimados,

Por uma astuta lei conclamados,

Tiveram que rumar por estradas,

Com suas beiradas bem cercadas.

 

Cercas protegiam propriedades,

Dos latifúndios das veleidades,

A delimitar no estreito caminho,

A segurança de andejar sozinho.

 

A escuridão do sistema perverso,

Advinda de imperialismo adverso,

Obscureceu o caminho inseguro,

No útero escuro, ante um futuro.

 

Se a luz estelar delineou a gruta,

Numa realidade social tão bruta,

Nesta saída forçada para Belém,

Indicou um lugar sem ninguém.

 

A segurança duma manjedoura,

Precária para a nobreza de Deus,

Serviu, modesta e acolhedora,

À ejeção de uma luz redentora.

 

Qual anseio teria o nascituro,

Do pobre casal tão inseguro?

Sob a estrela indo na frente,

Apontou-lhe o rumo decente.

 

No hodierno caminho difícil,

Os cercados do sonho fácil,

Obnubilam caminhos vitais,

Sem estrela de luzes distais.

 

Muitos humildes acham a luz,

Da estrela da fé que reproduz,

Ânimo para as rotas de Belém,

E dos lumes que de lá advém.

 

 

 

 

 

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