terça-feira, 15 de dezembro de 2020

OUTRA VEZ NATAL!

 

 

O daquela saudosa infância,

Cheio de luz e boa fragrância,

Ressoa nas boas recordações,

Com encantos e ricas emoções.

 

O dos nossos dias hodiernos,

Já distante dos gestos ternos,

Insinua felicidade de consumo,

Como rol de um exitoso rumo.

 

Apartado das raízes ancestrais,

E dos sentidos religiosos vitais,

Impõe a regra de reciprocidade,

Para um consumo à saciedade.

 

Bom para aqueles que vendem,

E que suas condições defendem,

Natal da economia de mercado,

Significa ampliar o vasto legado.

 

Ricos e pobres devem consumir,

E num sonho próspero subsumir,

Como um caminho de liberdade,

E democracia de larga saciedade.

 

Os milhões de seres espoliados,

Enxotados aos ermos relegados,

Tem nos bolsos vazios e desertos,

O indício de rumos muito incertos.

 

Longe do memorial da manjedoura,

E daquela significação imorredoura,

Este Natal de consumo desenfreado,

Irradia vasta alienação por todo lado.

 

A mera reciprocidade de consumo,

Sem os gestos para inusitado rumo,

Obscurece a estrela interpeladora,

Que aponta para a rota redentora.

 

Se a pandemia coíbe aglomeração,

Talvez faculte alguma ponderação,

Para o significado de um caminho,

Diferente do humano descaminho.

 

 

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