terça-feira, 1 de novembro de 2016

Deus das prateleiras



Minimizado na sua grandeza criadora,
E refém fornecedor de loja promissora,
Cabe-lhe propiciar produtos eficientes,
Que fiéis pedem como estupefacientes.

Devotos e evangelizados para consumir,
Tudo quanto se possa querer presumir,
Os piedosos esperam o poder agregado,
Dum imagético colorido que é desejado.

Precisa ser lindo, simpático e hiper-real,
Para proporcionar o efeito sensacional,
De sedar causticantes mágoas subjetivas,
A fim de impressionar e agradar convivas.

O Deus balconista nada necessita dizer,
Basta que obedeça, e, rápido no afazer,
Proporcione sem delongas o solicitado,
Para ensejar ao pedinte um rico agrado.

Ele não precisa querer pedir conversão,
Já que o pedinte espera nova concessão:
A de fruir tudo quanto o desejo aponta,
 Sem cobrança de prestar alguma conta.

Na psicopatia coletiva de fitar ambições,
Nada importam as passadas recordações,
Que ativam a consciência da auto-crítica,
E indicam inovações de projeção política.

Tampouco importa reconhecer omissões,
Já que a oferta do sagrado de promissões,
Perdoa, no lenitivo prazeroso de degustar,

Com fino sabor da sensação de bem-estar.

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