sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Medos e utopias



            Diante dos muitos profetas da desgraça, sabemos que a grande maioria sequer merece crédito; mas, há cientistas sérios, que nos fazem pensar sobre o modo como lidamos com o planeta. Stephen Hawking já preconizou uma porção de situações alarmantes para chamar atenção de que a Terra merece tratamento mais digno do que está recebendo. Nesta semana nos brindou com a conclusão de que, no atual ritmo, a Terra sobreviveria no máximo mil anos.
            Assim como há fatores que despertam medos e inseguranças para o futuro, há também proliferação de incontáveis utopias messiânicas. Umas são meramente sensacionalistas. Outras decorrem de uma leitura consciente da memória política, econômica e militar.
            Para os cristãos a utopia que mobiliza para tempos melhores, está em captar a melhor aproximação possível do que Deus deve estar esperando da nossa condição humana: não estragar este belo paraíso. Naquilo que já foi degradado, ainda resta esperança de que novas políticas possam desacelerar o processo entrópico do planeta, movido pela ambição humana e que acelera seu processo de penúria rumo ao fim definitivo. Stephen Hawking aponta a necessidade de encontrar outros planetas para a sobrevivência humana; mas, atinente ambição humana levará outros planetas ao mesmo desfecho trágico da Terra.
            Pouco ou nada adiante entrar em desespero diante do pior possível, mas, a vigilância cristã nos convida a uma ação efetiva para agir e fazer alguma coisa que está ao nosso alcance em função de um relacionamento mais afetivo, respeitoso e menos ambicioso.
            Assim, nossa perspectiva do aguardo do Senhor que vem, não se constitui nem em pânico e nem em inércia de esperar que ele resolva os problemas humanos. Mas, o importante é que o foco do final que aguardamos nos leve a agir positivamente e, o referencial de Jesus Cristo nos serve de caminho e referência a ser seguido. Não é um caminho fantasioso e irrealizável, mas, a irrupção concreta do jeito de Deus manifestado em Jesus Cristo. Trata-se de uma utopia plena e racionalmente viável.
            Nesta esperança messiânica é que podemos alimentar boas expectativas, apesar de fatos humanos que nos assustam e nos desanimam, em alguns momentos, a respeito do êxito da bondade diante das maldosas crueldades humanas.
            Podemos, pois, diante do que esperamos para o fim da vida, não apenas projetar a utopia do que aguardamos, mas, também agir ordeira e conscientemente para que este fim desejado se alargue no meio da condição humana.

            Na antiga imagem bíblica do monte santo de Deus, desejamos nós, que a presença de Deus entre nós, permita agir sem o alvoroço de pânicos e de supostas desgraças.

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