quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Defeitos de fábrica



Das falhas que o organismo apresenta,
Emerge uma suspeita que se comenta:
Quem é culpado pelos defeitos visíveis,
E transtornos orgânicos tão sensíveis?

Para alguns, são genéticos e herdados,
Outros alegam estágios mal formados,
Mas impõe-se sina obrigatória e dura,
 De cada um ter que aceitar sua agrura.

A doença alheia tida como menos aguda,
Parece debochar que a nossa, tão miúda,
Não necessita tanta encenação e lamúria,
E, menos ainda, duma tão aviltante fúria.

Difícil é conviver com limites manifestos,
Do peso dos anos e seus efeitos molestos,
E ainda assim encontrar satisfação na lida,
Sem sucumbir numa fatalidade combalida.

A curta e frágil condição humana aponta,
Para o sentido que subjaz na doída conta,
De avistar para além de pontos dolorosos,
Possíveis empatias para tempos vigorosos.

Como parte da frágil contingência humana,
Sobressai a esperança que tão bem emana,
Luzes de motivação para além dos limites,
E liberação energética para menos rinites.


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