quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O solitário



Refém da gaiola que o tempo fabricou,
Vive do desejo infantil que já desabou,
De que a retidão mudaria seu entorno,
E o mundo humano teria belo contorno.

A solidariedade e o bom entendimento,
Perpassariam como altivo monumento,
Toda a inovação da condição humana,
Para sacralizar toda a realidade profana.

O caminho da escola revelou-se cruel,
E a vivência religiosa contrária da fiel,
Revelou suas ambições sutis de poder,
E traiçoeiras batalhas para sobreviver.

O alcance de patamares humanitários,
Capaz de deixar a todos bem solidários,
Revelou somente disputa pelo ascender,
Longe do caminho de se condescender.

No mimetismo das boas ações visadas,
Reina a luta vil de pretensões ousadas,
Para desfrutar de honra e precedência,
Distante da compaixão e da clemência.

A solidária partilha vira apenas imagem,
Que aparenta sob a ostensiva roupagem,
Um mundo de um salutar entendimento,

Mas que não reflete o real acolhimento.

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