Das sugestivas atribuições feitas à maçã,
Nasceu a alegoria do encanto disfarçado,
Para expressar vontade humana malsã,
De seduzir outros ao proceder desregrado.
A ambição astuta e desmedida,
De governar os outros, sem limites,
Elevou a monarquia ao topo da lida,
E persuadiu com enganosos palpites.
Qual serpente astuta, ágil e venenosa,
Enganou para relegar o sagrado pacto,
Ludibriando a multidão esperançosa,
Com vistas a agir sob um líder de impacto.
Voraz na ambição, a monarquia destroçou,
A aliança do mais elementar respeito,
E despótica, sorrateiramente estraçalhou,
E feriu tantos seres com escancarado despeito.
Ao olho grande sobre a economia,
Aliou-se o desejo do status religioso,
Mesclado com a política maestria,
Do possível reinado todo poderoso.
Na interpretação da triste sina,
Que ludibriou com falsas esperanças,
Emergiu a nua constatação cretina,
Dos efeitos das desenganadas andanças.
De quem seria a culpa da agrura,
Atribuída ao humano criador,
Gestor de tamanha amargura,
De desalento e inigualável dor?
A consciência límpida esclareceu,
A humana pretensão de bancar,
Qual tijolo, o lugar que não era seu,
E, o oleiro pretender desbancar.
Aniquilado o respeito, restava a dura lida,
Da lenta e sofrida recuperação ético-social,
Requerente de penoso soerguimento da vida,
Para tirar o povo do causticante sufoco crucial.
Do paraíso sem tramontana,
Sobrou apenas a esperança,
De ação quase supra-humana,
Para reavivar a social andança.
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