sexta-feira, 28 de março de 2014

Entre as candongas e as milongas



Oh, arte difícil de conquistar:
Andar sobre os muros,
Das sociais convenções,
Sem despistar,
Os reais apuros,
E os senões.

Débil e frágil é a firmeza,
Diante das candongas,
Que seduzem sem delongas,
E removem a inteireza,
Da postura serena.

Sensível também é a alma,
Diante das milongas,
Quer dos ritmos ou dos bruxedos,
A ameaçar o que acalma,
Sem maiores delongas.

Mesmo ciente da volatilidade,
Das conversas lisonjeiras,
Bajuladoras e interesseiras,
Eclodem à saciedade,
Os ledos enganos.

O medo do sortilégio da milonga,
Afeta o cotidiano agir,
Assim, como o mimo da candonga,
Impede a segura virtualidade,

No seu espontâneo espargir.

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