Como na antiga Grécia decadente,
Algo similar se repete à exaustão,
A podre aristocracia indecente,
Degrada sem dó e sem compaixão.
Vale-se ainda da vil e baixa condição,
De bancar rapsodos para cantar versos,
Centralizados na fenomenal depravação,
Das noitadas de orgias e de atos perversos.
Induz o pobre e o escravo a sonhar,
Com intimidades em larga profusão,
Porquanto deseja do trabalho amealhar,
Mais sonhos de sexo em larga expansão.
Cantando os versos dos sonhos produzidos,
Trabalha o pobre sob o efeito do pó proibido,
Esperando da noite sentimentos repetidos,
De que tudo quanto se pensa seja permitido.
Sem demora, não bastam amadas parceiras,
Pois nos vestíbulos das moças interesseiras,
Preenche-se o sonho do exemplo propalado,
Como melhor remédio contra diuturno enfado.
Sem condições de diariamente emendar,
Os sonhos acalantados durante a dura lida,
Aumenta a crassa dependência da bebida,
Que toda dignidade e honra leva a desandar.
Álcool, droga, e afetividade mal conduzida,
Alargam a vida sem graça do agir cotidiano,
E levam ao auge do uso de criança querida,
Para compensar o infortúnio e o desengano.
Quisera como Hesíodo constatar,
O que outras musas podem inspirar,
De respeito e valores mais decentes,
Do que estas posturas decadentes.
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