Inumeráveis os sonhos apaixonados,
Movedores de olhares para todo lado,
Fitos nos encontros mais lisonjeados,
A fim de prender o melhor do agrado.
Do olhar penetrante da sutil intuição,
Altera-se a praxe das cotidianas lidas,
Pois, apenas pensando no que é bom,
As passadas agruras já ficam preteridas.
No ciclo da nova comunhão,
Os melhores intentos cantam,
Os amores em farta profusão,
E todas as mazelas espantam.
Sem demora, emergem os conflitos,
Que simulados ou mal reprimidos,
Alargam outros incontáveis atritos,
Deixando fulgores afetivos contidos.
Nas disputas pela precedência,
Alarga-se a baixa compensação,
Do beber sem limite e decência,
Para aliviar a sutil consternação.
Para quem falar da frustração,
Quando muitos copos ingeridos,
Diluem a enternecida sensação,
De incontáveis valores perdidos?
Anos de insuportável convivência,
Enrijecem as entranhas do coração,
E o mundo da clara transparência,
Cede aos graduais apelos à traição.
Infernizada a vida dos dois lados,
Emergem os pertinazes ataques,
Com revides bem mais planejados,
Para evadir-se dos duros achaques.
Preterida fica, então, a objetividade,
Dos humanos, os mais egrégios valores,
E no lugar da ancestral e rica lealdade,
Age profusa a grandeza dos dissabores.
Mesmo cansados, abatidos e fracassados,
Precisam novamente antever uma saída,
E evitar que os erros amargos já dissecados,
Voltem a inibir novo rumo e nova lida.
Muito pode ajudar a lembrança do Senhor,
Reconhecido por aquele que se jogou no mar,
E soube bracear com mais entusiasmo e ardor,
Sabendo do que o lado direito podia propiciar.
Lançada a rede para o lado da consciência,
Que permite a vida desencontrada esmiuçar,
Obteve o discípulo a necessária resiliência,
Para, fortalecido, projeção nova viabilizar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário