segunda-feira, 10 de março de 2014

Pesos e medidas



Inumeráveis sãos os meandros subjetivos,
Eivados de virtualidades sem precedentes,
Capazes de procedimentos tão furtivos,
Mas de resultados tão inconsequentes.

Registros milenares de adulteração de medidas,
Não despertaram ainda suficiente discernimento,
Para gerir permutas e vendas bem comedidas,
Sem prepotência causadora de constrangimento.

Como o "recall" das peças automotivas,
Carecem os humanos da genuína garantia,
De seguras ações psicomotoras e afetivas,
E da mais original qualidade de serventia.

Tivesse o obreiro das humanas ações,
Implantado limite remoto eletrônico,
No comando das naturais propensões,
Já não veríamos tanto agir histriônico.

A pertinaz obsessão dos desejos,
Presente em tanta humana ação,
Subtrai dos sentimentos benfazejos,
A justa e respeitosa negociação.

Interesses econômicos, políticos e religiosos,
Disputam a primazia da mais astuta adulteração,
E escondem no agir os reais focos tendenciosos,
Que dissuadem em favor da indevida apropriação.

No afeto e no presumido agir do coração,
Emerge o defeito disfarçado e escondido,
Do humano pendor de muita esganação,
De pesos e medidas favoráveis ao pretendido.

Oxalá prevalecesse como traço altaneiro,
A retidão dos humanos procedimentos,
Para alargar um caminho novo e pioneiro,
Distante dos comuns desentendimentos.


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