sábado, 15 de março de 2014

Mato Grosso



Na imensidão destas ricas faunas e terras,
Esmerada prudência se impõe ao diuturno agir,
Para não sucumbir nem aos animais e às feras,
E a integridade da relativa “paz e bem” garantir.
Não convém encantar-se com a imprudência,
De ousar traçar o caminho na frente das onças,
Ou do lado das antas, aquelas geringonças,
Menos ainda, ficar atrás das mulas coiceiras,
Ou delongar-se com as sucuris tão lisonjeiras.
Tampouco, convém engraçar-se com capivaras,
Pois, atrás delas, vêm queixadas aos milhares.
Nem convém fitar os olhos nas pernósticas Emas,
Para não perder o maravilhoso canto das Seriemas.
Ainda convém evitar o bando de corocas fofoqueiras,
E as dramatizadas trelas das histriônicas carpideiras.
Pouco seguro é tentar subir em arbustos e em árvores,
Mesmo nas lisas e chamadas de “escorrega-macacos”,
Ou aliar-se à tagarelice dos papagaios e voar pelos ares,
Ou, ainda, conformar-se à vida das gaiolas enfeitadas,
A fim de precaver-se da incontida voracidade dos gatos,

Para assegurar o pão, com alguns olhares de comiseração.

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