Não procedentes do além,
E nem da alma de alguém,
Mas do homem mandante,
Em seu delírio governante.
Promessa de bom desvelo,
Acaba em tanto desmazelo,
E deixa de ser hospitaleira,
Para ser flor que não cheira.
Não escuta a voz do âmago,
Mas esta que vem do afago,
Dos ricos bem interesseiros,
Para ampliar seus carreiros.
Seguem velha noção bíblica,
E agem na repartição pública,
Não para orientar as ovelhas,
Mas guiá-las às suas quelhas.
Adoram desunir e dispersar,
Para mais e melhor devassar,
A favor de si e do seu grupo,
E esperar o lisonjeado apupo.
Concepção de ovelha e pastor,
Eleva-os no traço de impostor,
Para manipular as consciências,
E deixa-las nas subserviências.
Infantilizam para a submissão,
Induzem para passiva reação,
Atrofiam genuína autonomia,
Para evitar crítica à sua mania.
Longe de auscultar as ovelhas,
E de escutar suas vozes tralhas,
Ouvem só voz de conveniência,
Bem favorável à sua leniência.
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