Além da dimensão ornamental de um
rabo mais liso ou mais peludo, um gato deve despertar uma libidinose intensa
nos seres humanos. E pelo quanto os humanos gostam de levar uma esfregada de
rabo, os gatos já devem ter assimilado que seu rabo constitui um elemento
simbólico valiosíssimo e um signo de comunicação para estabelecer
interatividade com os humanos.
Passando pelas pessoas amadas,
naquela dengosa esfregação do rabo, nas pernas de seus tutores amados, os gatos
deve querer explicitar: eu te amo! E, toda vez que um gato se apruma neste
ritual, sabe que ocorrerá um retorno impreterível de afago, com aquela
conversinha cheia de bilu-bilu.
Deste modo, mesmo destituído da sua
atividade funcional da sexualidade, sua glândula pituitária ainda deve jogar
algum hormônio no sangue e remetê-lo às saudosas características dos tempos em
que não coabitava com os seres humanos de forma tão próxima, intimista e
aconchegante.
Do lado humano, a perda do rabo,
segundo a paleontologia, e algumas hipóteses da evolução da vida no planeta,
teria sido causada pela falta de uso. Ao se adaptarem à vida sedentária, os
humanos, tinham o rabo somente para atrapalhar certas atividades funcionais.
Se ainda restam duas vértebras
remanescentes de rabo no cóccix humano, ser afagado pelo rabo do gato deve
ativar antigo arquétipo cultural dos tempos em que os seres humanos saltavam de
galho em galho e seu rabo supria mais e melhor, do que braços e pernas, a
capacidade de se impulsionar de um galho para outro, sem ter que levar tombo
das alturas.
Ainda não foi estudado este campo
humano relacionado ao rabo; mas, nas suas falas, os humanóides mandam,
seguidamente, que outros tomem no rabo, dizem que tomaram no rabo e até
aparecem alguns propondo um adentramento do rabo. Por conseguinte, o rabo do
gato merece ser estudado para averiguar sua pertinência com as inter-relações
humanas que ainda envolvem sua afinidade precípua com o rabo.
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