Talvez a Organização Mundial da Saúde
ainda não tenha promulgada esta nova doença social chamada de Nomofobia, mas, certamente, em breve
será uma das doenças de larga proliferação.
Trata-se de uma doença recente,
advinda de uma outra simbiose simultânea à da Gatose, em processo de comensalidade entre seres humanos com
aparelhos celulares. Já virou síndrome de dependência humana e o excessivo
manuseio do celular com as mãos e a necessidade de estar ligado com outros,
ainda que na forma fria da virtualidade, produz um receio ansioso de que se
possa ficar sem comunicação.
Imaginar que se possa passar mal ou
ficar num apuro sem poder pedir socorro já aciona a sintomatologia desta
neurose inquietante em torno do celular.
Os sintomas
parecem apresentar-se mais agudos em pessoas que já tiveram antecedentes de
excessivas horas passadas em jogo de videogame, de jogos digitais e de outras
ocupações no computador.
No distúrbio
da Nomofobia a possibilidade de alguém
presumir que vai ficar desconectado, já aumenta tristeza, ansiedade e estresse.
Tais manifestações podem favorecer as somatizações como taquicardia, sudorese,
impaciência e crises de pânico. Muita gente, caso viesse a ser informada de que
terá que ficar uma hora sem celular, já entraria, imediatamente, em pânico,
porque nem sequer suporta ficar três minutos sem ligar e desligar o celular.
Ligar e
desligar o celular já virou o primeiro sinal doentio, porque o normal movimento
de ver algo no celular, se tornou expressão da incapacidade de conversar. Sem
assunto, puxa-se o celular como se algo importante estivesse sendo comunicado.
No entanto, é disfarce da dificuldade de inteirar-se com pessoas. O olhar
precípuo sobre o celular desloca a capacidade da escuta interior e da grandeza
da vida que se transluz no rosto. Sem esta referência, o humano nomofóbico cria muitos problemas de
relacionamento. Xinga, destrata, ofende, humilha e ameaça nas mensagens jogadas
nas redes virtuais, mas, não é capaz de expressar uma vírgula numa conversa com
outras pessoas e familiares.
Nomofobia é doença essencialmente
relacionada à incapacidade de relacionamentos humanos normais. Dali decorre a
inquietude, a irritabilidade e a impaciência para qualquer tipo de diálogo.
Trata-se, em suma, de um transtorno mental que afeta muitas funções da mente.
O que teria
a Nomofobia a ver com a doença da Gatose? As evidências são perceptíveis:
já que pessoas apaixonadas por gatos também apresentam dificuldades de
interações humanas, esta limitação se compensa com o equipamento eletrônico
como melhor companhia e passa-tempo. Dali vai resultar a novidade da ocupação
braçal: nada de operações braçais rotineiras, mas destreza para manusear o
aparelhinho que complementa a vida e ocupar a outra mão para fazer os devidos e
esperados afagos nos gatos. Poder-se-á interagir perfeitamente com alguém e
extravasar o himeneu do amor pelo suave e macio esfregamento das mãos no gato.
Sem demora, os humanos, - ainda um pouco
normais, - passarão a sentir inveja dos nomofóbicos afetados pela Gatose, pois, já não importará e beleza
feminina, nem a elegância masculina, nem o elã das ativações para
complementariedade, nem perfumes, nem as bricolagens de enfeites, nem estas
brigas de gênero e nem sorrisos encantadores para provocar jogos lúdicos e festivos.
O humano da Gatose carecerá apenas de um celular e de um gato.
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