quinta-feira, 8 de maio de 2025

CONQUISTA DO CÉU

 

 

Antiga concepção do mérito pessoal,

No itinerário para uma vida espiritual,

Levou à crença gnosticista da certeza,

De obter o lugar do céu sem inteireza.

 

Com os simples exercícios de piedade,

Garantia-se o lugar fixo na eternidade,

Com muita honra e larga precedência,

Mesmo que a vida fosse de indecência.

 

Sob o falso cheiro da excelsa santidade,

Ocultou-se uma inabalável obscuridade,

Duma vida, facilmente ambígua e falsa,

Encenada dança teatral de divina valsa.

 

Espetáculos de cerimônias esplêndidas,

Com os figurinos sem falhas infundidas,

Detalhistas nas minudências dos rituais,

Criam as imagens de divinos mananciais.

 

Nos protocolos e arranjos dos figurinos,

Pressupostos secretos contatos divinos,

Passam a realçar em rubricas e manejos,

E que somente configuram os remelejos.

 

Os protagonistas relegam a simbologia,

E fazem com seus gestos a bela magia,

Da luz misteriosa que paira sobre eles,

Para ser infundida sobre as vidas reles.

 

Na memória de Jesus, aquele Nazareno,

Evidenciou-se o esplendor do pequeno,

Da humildade na interação de ser e agir,

Como espaço e lugar para o céu se abrir.

 

No amparo que recria rumos e sonhos,

Céus de dias mais solidários e risonhos,

Tornam-se graça a abrir ao amor maior,

Sem negociar um lugar no céu superior.

 

 

 

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