Antiga concepção do mérito pessoal,
No itinerário para uma vida
espiritual,
Levou à crença gnosticista da
certeza,
De obter o lugar do céu sem
inteireza.
Com os simples exercícios de piedade,
Garantia-se o lugar fixo na eternidade,
Com muita honra e larga precedência,
Mesmo que a vida fosse de indecência.
Sob o falso cheiro da excelsa
santidade,
Ocultou-se uma inabalável
obscuridade,
Duma vida, facilmente ambígua e
falsa,
Encenada dança teatral de divina
valsa.
Espetáculos de cerimônias
esplêndidas,
Com os figurinos sem falhas
infundidas,
Detalhistas nas minudências dos
rituais,
Criam as imagens de divinos
mananciais.
Nos protocolos e arranjos dos
figurinos,
Pressupostos secretos contatos
divinos,
Passam a realçar em rubricas e manejos,
E que somente configuram os
remelejos.
Os protagonistas relegam a
simbologia,
E fazem com seus gestos a bela magia,
Da luz misteriosa que paira sobre
eles,
Para ser infundida sobre as vidas
reles.
Na memória de Jesus, aquele Nazareno,
Evidenciou-se o esplendor do pequeno,
Da humildade na interação de ser e
agir,
Como espaço e lugar para o céu se
abrir.
No amparo que recria rumos e sonhos,
Céus de dias mais solidários e
risonhos,
Tornam-se graça a abrir ao amor
maior,
Sem negociar um lugar no céu superior.
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