terça-feira, 13 de maio de 2025

GATOSE 13 - CARÊNCIA AFETIVA DOS GATOS

 

 

Embora não ocorram animadas discussões em torno de comentários relativos à carência afetiva dos gatos soltos na vasta natureza, já os outros, cooptados por seres humanos nesta simbiose mórbida, tudo indica, que foram transformados em criaturas carentes de afeto.

Acostumados a muito mimo e cafuné abundante, os gatos integrados aos humanos foram contemplados com excesso de afeto, provavelmente, todo o afeto não canalizado para filhos e pessoas parceiras da convivência familiar.

Longo processo de carga afetiva abundante, fragilizou os gatos e os tornou dependentes destes cuidados múltiplos e cotidianos. Mais do que bebês carentes, os gatos levam vantagem sobre as criaturas humanas, porque se satisfazem com o carinho automático e imutável na intensidade ante afagos de pelo menos uma mão, liberando a outra para o celular, enquanto que, uma criança requer duas mãos cheias de dedos e ainda dá sinais de pretender mais do que isso.

Esta mendicância de afeto, por parte dos felídeos, já resulta de longo processo de aconchego ao colo humano, o que os tornou profissionais espertos para chamarem a atenção dos donos sobre seus merecidos cafunés.

Um bebê humano normal, vive de contínua auto-transcendência, pois, se aceita beijos e contatos exaustivos numa fase, logo em seguida, já os rejeita e espera outro modo de manifestação afetiva. Esta contínua mudança requer muito das mães e pais porque também eles devem envolver-se em constantes modificações nas formas de externalização do seu afeto. É neste lado fraco que o gato dá o seu pulo para a vantagem. Requer sempre o mesmo gesto, a mesma cantilena sem nunca exigir uma conversa um pouco mais racional. Basta somente aquela cobrança sobre xixi e cocô, sobre não sujar os pés e sobre como serem todos os dias mimosos de mesmo jeito.

O bebê muda de humor a todo instante, é misterioso para revelar o que sente e o que realmente deseja; e exige exaustivas tentativas de atenção para reagir com satisfação afetiva. Além da imprevisibilidade, vive da constante mutabilidade. Requer inovação constante e contínua de inovadas modificações no seu anseio afetivo. Se num momento deseja colo, logo, rejeita o colo e quer sentir-se amado para seguir seu rumo, mesmo que caia depois de um metro andado. Então, vai exigir o colo para acalmar-se.

Neste paralelismo de gato com criança, o gato é constante, regular e gracioso. Não costuma nem morder no seio, nem olhar feio e nem choramingar para querer outra coisa distinta daquela que lhe foi oferendada. Enquanto o gato até lambe o prato, uma criaturinha humana espalha comida sobre a mesa, sobre a cadeira e ainda deixa muita migalha no chão.

O que certamente mais pesa na comparação de gatos com crianças, é a vantagem dos gatos em relação às evacuações e fraldas a serem trocadas muitas vezes por dia. Os mimosos felídeos, embora emitam maus odores pela falta de banho e pelo cheiro de urina e cocô nos banheiros, ajeitam-se autonomamente neste campo. Já uma criaturinha humana requer milhares de banhos e conselhos repetitivos à exaustão até se lavar razoavelmente e higienizar um pouco o seu corpo num banho.

Humanóides, tão pouco especializados por comandos de cerebelo, demoram anos para chegar ao ponto de sobrevivência e de auto-cuidados dos felídeos já nos primeiros dias de vida. Porém, uma vez desvirtuados destas qualidades ingênitas e instintivas, os felídeos tornam-se essencialmente dependentes dos seus tutores humanos.

Bebês descobrem manhas e aprendem patranhas. Emburram, teimam, desobedecem, irritam, exageram, brigam e, por qualquer coisa, se intrigam. Ao crescerem, aprendem a mentir, a esconder, a ocultar, a furtar, a agredir, a não estudar, a querer outra roupa, a irem a lugares não autorizados e a catar tudo o que não presta nos supermercados e meios virtuais.

Os felídeos feitos carentes, pulam por cima deste mar de irritabilidades, e, graciosamente, saltam sobre o colo dos tutores, num dia como outro, sem mudar a personalidade e nem mesmo para encher as paciências com pedidos de aquisições impossíveis.

Na Gatose, a substituição do gato pelo filho, evita preocupantes gastos com estudos, roupas e etiquetas de moda, celulares, tênis de status, carros, festas, casamentos e aquele consumismo desenfreado para consumir e ser feliz, e, mesmo assim, viver o mundo da metamorfose oriunda de drogas, sexo excessivo, bebidas energéticas e alcoólicas e tantas outras coisas estúpidas e mirabolantes. Por conseguinte, pode-se entender o porquê do afeto humano tão devotado pelos gatos.

 

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