O apanágio do inveterado consumo,
Alinha a todos sob o mesmo aprumo,
De fazerem do seu corpo um objeto,
De exposição e venda nada discreto.
A consciência de existir neste mundo,
Depende de um amplo pano de fundo,
De que é muito necessário mostrar-se,
Para com as outras pessoas
inteirar-se.
É básico registrar e mostrar cada fato,
Desde mudança de penteado a relato,
A fim de que os outros nos percebam,
E através de algum sinal nos recebam.
O corpo feito em objeto de percepção,
Para que outros sinalizem
aproximação,
Obriga-nos a vender imagem simpática,
Mesmo que a vida se apresente
apática.
Na superficialidade da pobreza
pessoal,
Subjaz a fraqueza da coletividade
social,
Inepta para saciar as agruras
individuais,
Pois, força os solitários a disputas banais.
Quando a apatia política já não integra,
Mas se ferra no interesse da sua
regra,
O indivíduo não sente amparo
coletivo,
E precisa vender-se para ato
interativo.
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