segunda-feira, 27 de março de 2017

Dogma caborteiro



Enquanto os dogmas religiosos foram relegados,
Muitos outros em seu lugar foram implantados,
Mas, sob a caborteira astúcia de muitos arautos,
Continua vasta ilusão no contingente de incautos.

Proclamam a categórica mediação da felicidade,
Alcançável num itinerário de fé fácil à saciedade,
Pois da relação genuína de aumentar a economia,
Advém uma impreterível felicidade plena todo dia.

Os políticos estabelecidos como nobres profetas,
Anunciam necessárias renúncias e devidas dietas,
De consumir cada dia mais e para poder comprar,
Sonhada felicidade que nos objetos está a soprar.

Mas é o espírito que não paira em nenhum lugar,
E tampouco indica rumo no qual almeja propagar,
Suas irradiações de plenitude de muita felicidade,
Pois sempre se desloca para atraente novidade.

Aponta caborteira obsessão por lojas atraentes,
E arrasta clientes para mercadorias contundentes,
Plenificadas de felicidade sem ponto de chegada,
Que some no culto à satisfação da hora marcada.

O dogma não solidariza com os entes queridos,
Nem amplia respeito a bons tempos preteridos,
Pela pressa de mais produzir e roubar o tempo,
Para que o lucro desvie qualquer contratempo.








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