sábado, 29 de novembro de 2025

ADVENTO DE UTOPIA

 

 

A condição humana, frágil e ansiosa,

Depende de uma condição laboriosa,

Em torno de realidades inexistentes,

Almejadas do futuro e, já presentes.

 

O motor do porvir para a plenitude,

Anela nos anseios diante da finitude,

E pode causar medos e desencantos,

Que acuam para os pobres encantos.

 

No entorno tenso, cruel e perverso,

A esperança joga para lado anverso,

Para a sensação de uma vida intensa,

Longe do ódio, guerra e malquerença.

 

Quando uma vida intensa e agradável,

Requer atos para um sonho realizável,

Abrem-se muitos caminhos possíveis,

Sem o alcance de condições indizíveis.

 

Se de um lado, desejo de bom futuro,

Gesta a destruição e domínio obscuro,

Pouca aposta na mediação da ternura,

É ativada para mediar saída da agrura.

 

Quer-se política de interesse imediato,

Que enleia, com mágico pulo abstrato,

A protelação dos sonhos acalantados,

Que ampliam desencantos frustrados.

 

Existem, no entanto, os compromissos,

Que não seguem os caminhos omissos,

E apontam para as reais possibilidades,

Duma vida com menos arbitrariedades.

 

Tempo de sete séculos antes de Cristo,

Aponta foco do messianismo benquisto,

Viável, longe no mecanismo da guerra,

Que tanto bom sonho de vida emperra.

 

Nada ao messianismo violento e guerra,

Mas ao que alarga o jeito bom na terra,

Que agrega para a alegria e a boa festa,

Contra a maldade humana que molesta.

 

Longe das utopias políticas e militares,

Sensibilidade focada para cordialidades,

Assegura sonho de vida do jeito de Deus,

Sem humanos matarem congêneres seus.

 

A utopia para um mundo aliado a Deus,

Não é a das esperas dos fechados “eus”,

Ou a das ações bélicas e dominadoras,

Mas, a que viabiliza ações redentoras.

 

Vigilância do olhar atento para o novo,

Que emerge e convoca para o renovo,

Antecipa alegria das boas expectativas,

E se irradia como luz para as iniciativas.

 

Sem esta expectativa, o olhar deprime,

Porque não visualiza nada que redime,

E não encontra o horizonte do sentido,

Para evadir-se do mundo todo aturdido.

 

 

 

 

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