Rigidamente atrelada ao sistema,
A religião, sob seu novo emblema,
Faz parte da produção utilitarista,
Para a promoção sensacionalista.
Colonizada e vitrine de exibição,
Agrega para o cultivo da emoção,
E, na lógica da atrativa utilidade,
Oferece emoção para a saciedade.
Sem a antiga função de agregar,
Para comprometer e se dilatar,
Sem discípulos e compromissos,
Fita evidências, sem os serviços.
A participação em celebrações,
Ou, nas religiosas promoções,
Rende prestígio e a visibilidade,
Com uma avantajada idoneidade.
Conta o festivo passo simbólico,
Sob o desfile vistoso e bucólico,
Sem perspectiva de conversão,
Mas, para uma gostosa emoção.
Possível encontro de formação,
Distante de qualquer conversão,
Vale só pelos rituais simbólicos,
Sem gestar horizontes católicos.
Assim, o vínculo com o sagrado,
Visa espetáculo de bom agrado,
E suposto compromisso se dilui,
Só no encantamento que se frui.
Ante nova mercadoria espiritual,
Atrativa, confortável e superficial,
Flexibilidade é condição sedutora,
Para atrair a presença devoradora.
Um ponto de agregação religiosa,
Atrai presença de pessoa curiosa,
E a prende só pela conveniência,
De bem-estar daquela experiência.
Sem a básica função socializadora,
A religião duma venda promissora,
Se torna descartável e dispensada,
Para procurar outra mais elogiada.
Emerge, pois, religião da apoteose,
Feita somente mera metamorfose,
Para sugerir absorção de consumo,
Sem construção de um novo rumo.
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