Aspirante à grandeza principesca,
Suporta toda a rigidez militaresca,
Para assentar-se no trono do altar,
E emitir poder do ego a se dilatar.
Não almeja o chão sujo do pobre,
Mas, altivez da condição de nobre,
A fazer brilhar sua coroa da moral,
Com soberania da postura triunfal.
Educado para avivar a autoridade,
Da suposta fonte de superioridade,
Sabe que, situado acima dos leigos,
Deve ser vigia para deixá-los meigos.
Sente que seu papel muito superior,
Deve alertar o vasto mundo inferior,
A respeito da sua frágil moralidade,
Que envenena toda boa sociedade.
Armadura conceptual da sua mente,
Impede eivar-se do mundo carente,
Pois, grandeza das noções absolutas,
Permite nado em verdades impolutas.
Sabe que o recurso do pano colorido,
Personalizado e com babado enxerido,
Lhe aufere na eminência fascinadora,
Um brilho para emoção encantadora.
O foco atrativo atrai farta
bajulação,
E sabe explorá-la como fino aluvião,
Para ser o cativante pela imagética,
Sem requer qualquer postura ética.
Enxerga do alto a fragilidade alheia,
Só não a de ricos que oferecem ceia,
E lhe dão as dicas sobre seu
discurso,
Para um exitoso e brilhante excurso.
Como o pavão de rabo todo eriçado,
Seu canto desafinado com o legado,
Já não impressiona pobres mortais,
Mas, como cobra astuta pica rivais.
Vive obcecado pela sua referência,
E se situa no âmbito da excelência,
De quem tem fartura a doutrinar,
E nada do Evangelho a alimentar.
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