quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

IDEOLOGIA CLERICALISTA

 


Aspirante à grandeza principesca,

Suporta toda a rigidez militaresca,

Para assentar-se no trono do altar,

E emitir poder do ego a se dilatar.

 

Não almeja o chão sujo do pobre,

Mas, altivez da condição de nobre,

A fazer brilhar sua coroa da moral,

Com soberania da postura triunfal.

 

Educado para avivar a autoridade,

Da suposta fonte de superioridade,

Sabe que, situado acima dos leigos,

Deve ser vigia para deixá-los meigos.

 

Sente que seu papel muito superior,

Deve alertar o vasto mundo inferior,

A respeito da sua frágil moralidade,

Que envenena toda boa sociedade.

 

Armadura conceptual da sua mente,

Impede eivar-se do mundo carente,

Pois, grandeza das noções absolutas,

Permite nado em verdades impolutas.

 

Sabe que o recurso do pano colorido,

Personalizado e com babado enxerido,

Lhe aufere na eminência fascinadora,

Um brilho para emoção encantadora.

 

O foco atrativo atrai farta bajulação,

E sabe explorá-la como fino aluvião,

Para ser o cativante pela imagética,

Sem requer qualquer postura ética.

 

Enxerga do alto a fragilidade alheia,

Só não a de ricos que oferecem ceia,

E lhe dão as dicas sobre seu discurso,

Para um exitoso e brilhante excurso.

 

Como o pavão de rabo todo eriçado,

Seu canto desafinado com o legado,

Já não impressiona pobres mortais,

Mas, como cobra astuta pica rivais.

 

Vive obcecado pela sua referência,

E se situa no âmbito da excelência,

De quem tem fartura a doutrinar,

E nada do Evangelho a alimentar.

 

 

 

 

 

 

 

 

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