Celebraram um festivo enlace,
Com a ação subliminar rapace;
Circulam entre Estado e crime,
Na rota de aparência sublime.
Sob a ênfase do crime visível,
Transita um mundo invisível,
De cartel em nível horizontal,
Com uma organização vertical.
Muita trela sobre narcotráfico,
Do nefasto terrorismo clássico,
Deixa passar a subliminaridade,
De outros cartéis na sociedade:
Agem cartéis do tráfico sexual,
Espoliam no trabalho manual;
Ladrões de produtos primários,
E dos ricos ramos imobiliários.
É silenciada extorsão na terra,
A fábrica absurda para guerra;
Um bandidismo nos contratos,
E ação disfarçada de sindicatos.
Mais do que droga na periferia,
E em negócios de maquinaria,
A superfaturação em negócios,
Produz muitos crimes néscios.
A lavagem de dinheiro ilegal,
Com renda polpuda e triunfal,
Gesta oligarquias de interesse,
A locupletar próprio benesse.
A virose do crime organizado,
Circula, suave, por todo lado,
Mesclada com a lei do Estado,
E astúcia no brique disfarçado.
Nas fendas da vasta legislação,
Captam evasiva de justificação,
Para ato ilícito, tido por normal,
E praticam a corrupção oficial.
Nos meandros das fragilidades,
Vivem as suas arbitrariedades,
Em que a política legal e ilegal,
Aufere um rendimento colossal.
Toleram os ritos de corrupção,
E se aproveitam da informação,
Para super-salário bombástico,
Longe do elogio encomiástico.
Atores criminais multifacetados,
Encontráveis por todos os lados,
Incorporam a sua ação política,
Na ação da polícia, sem crítica.
Exploram o populismo punitivo,
Para matar todo ladrão fugitivo,
E exercer comando de mão dura,
Para necessária e justa ditadura.
O próprio discurso democrático,
Bem eivado de interesse errático,
Enseja aporte a crime organizado,
No mimetismo do bem propalado.
Quando narco é só um dos crimes,
Outros, ocultos parecem sublimes,
Na legitimação de ação benfazeja,
Que a mídia tanto elogia e corteja.
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