sábado, 1 de novembro de 2025

FIÉIS DEFUNTOS

 

 

A tradição de muitos séculos,

Vincula rompidos tentáculos,

E reata linguagem do coração,

Para a mais lídima comunhão.

 

Vinculação aos fiéis defuntos,

Recria as memórias e assuntos,

Do amanhecer para vida plena,

A partir da convivência terrena.

 

Se palavra, rompida pela morte,

Perde sua a razão e seu aporte,

Abre a forma de comunicação,

Para rica linguagem do coração.

 

Quando o céu e terra se unem,

Ligam a laços que não punem,

E homenagem de velas e flores,

Explicitam os divinos pendores.

 

Mortos avivam os sentimentos,

E recordam os bons acalantos,

Perante dor e alegria profunda,

Transformada numa fé fecunda.

 

Fenômeno atual de ocultação,

Reflete incômodo na convicção,

De ver a morte como passagem,

Que enseja inusitada linguagem.

 

Jesus Cristo, em fala alegórica,

Apontou para a razão eufórica,

Para ficar com os rins cingidos,

E com os lampiões acendidos:

 

Rins cingidos, ou túnica presa,

Na cintura, para agir na leveza;

Lâmpada acesa, para acolhida,

Eram convites a sinais de vida.

 

O patrão vindo tarde da noite,

Encontraria serviço e pernoite,

E transcendência para a vida,

Com intensidade da acolhida.

 

Morte não priva humana vida,

Mas a faz amanhecer querida,

Para a reintegração no Todo,

Mistério do amor no denodo.

 

Vida, qual rio a entrar no mar,

Continua a ser água a laurear,

A grandiosidade dos oceanos,

E integrar encantos praianos.

 

A humana vida perde sua força,

Perde o seu nome e a sua forma,

Mas prossegue viva no mistério,

Dum amor maior sem deletério.

 

Que as velas, as flores e orações,

Alarguem os humanos corações,

A viverem boa intencionalidade,

E, no Todo, a fruir sua bondade.

 

 

 

 

 

 

 

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