Planos, projetos e execuções,
Requerem largas motivações,
Para haurir respaldo de apoio,
E arregimentar largo comboio.
Antes, durante, e após a ação,
Largo discurso de justificação,
Pervaga políticos e midiáticos,
Para a defesa de atos erráticos.
Junto com lavagem cerebral,
Contra a impunidade capital,
O Estado, ante pérfido crime,
Enaltece sua missão sublime.
Insinua que o bandido bom,
É o morto para valioso dom,
De proteger o cidadão reto,
Contra todo o crime abjeto.
Esquece que o crime nasce,
Se desenvolve, rejuvenesce,
Com apoio e suporte sólido,
De político em ato bucólico.
O vício no capitalista Estado,
A justificar o impune afiado,
Que visa lucro exponencial,
Facilita toda violência brutal.
Brutalidade na confrontação,
Justifica toda a violenta ação,
Como ato bom e necessário,
Para instaurar paz no ideário.
Repete-se jogo da violência,
Que fecunda nova insolência,
Dos revides de vingança cega,
E alastra ódio, e não sossega.
Espetacularização de tragédias,
Com farta pesquisa de misérias,
Afoita por legitimada aprovação,
Reafirma uma efetuada agressão.
Assim como um rival capitalista,
Representa muito perigo à vista,
Elimina-se o rival para agir livre,
E abocanhar na ambição de tigre.
Longas e repetidas explicações,
Escudam o bem ante más ações,
E produzem o frio conformismo,
A procrastinar no mandonismo.
A morte, banalizada como lixo,
Da vítima não estatal sem nicho,
Acaba no limbo de inexistência,
Sob grandes cirandas financeiras,
A encobrir patranhas trapaceiras.
Basta observar desvios de verbas,
Do paternalista Estado de acerbas,
Que produz uma tentação similar,
Para um anelante bolso particular.
Nos crimes de duas faces iguais,
Um, aplaudido nas redes sociais,
Acaba legitimado como o herói,
Enquanto o outro se reconstrói.
Pior é este genocídio silencioso,
Ante indígenas, crime pavoroso,
Que mata a cultura e a sabedoria,
Sob uma sutil e perversa ousadia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário