sexta-feira, 7 de novembro de 2025

A DEMORA DE NOVO TEMPLO

 

 

Ezequiel exilado na Babilônia,

Refém sob aviltada vergonha,

Lembrava com dor e saudade,

O Templo ruído da sua cidade.

 

Sonhava com inusitado templo,

A irradiar a fé de bom exemplo,

Como água viva gestando vida,

Para semear a bondade na lida.

 

Mais que uma pequena fonte,

Tida como abençoada argonte,

Teria que irrigar toda a direção,

Para sanear a raiva do coração.

 

O sonho não mudou a religião,

E esta formalizou, na boa ação,

Uma mera execução das regras,

Sem o avanço das lentas jegras.

 

O Templo feito lugar de vendas,

Abrigava o comércio em tendas,

Sem o elã para uma fé coerente,

Mas, só para mercado emergente.

 

 Jesus, ao relativizar este templo,

E, ao declará-lo contra-exemplo,

Indicou o lugar da corporeidade,

Para a religião gestar a bondade.

 

A religião dos banais sacrifícios,

Apontava os evidentes indícios,

De não responder aos anseios,

E sequer levar a novos enseios.

 

Templo de pedra para dominar,

Permitia ações de se abominar,

Com o esvaziamento religioso,

Ocultado no discurso milagroso.

 

Já sob o deus Molloch moderno,

Nem importa agir bom e terno,

Mas, só prosperidade material,

Adorada como bênção comercial.

 

Com majestoso deus capitalista,

Religião suave e sensacionalista,

Precisa mediar os rendimentos,

Para auferir os divinos talentos.

 

Expulsões de cultos abençoados,

Poderiam ensejar outros legados,

Para ressurgir o templo da pessoa,

O lídimo Santuário da fé que ecoa.

 

Respeitado, não aponta para alvo,

Em combate sedutor para ser salvo,

Mas, poderia gestar a nova aliança,

Sem a barganha que atrela à fiança.

 

Quando alguém tido por terrorista,

É alvo de furiosa investida direitista,

Sob alegação política dum combate,

Fazem-se coesos em brutal embate.

 

Rápidas pesquisas justificam os atos,

Para reafirmar os políticos substratos,

De matar, como sendo a democracia,

Na qual suposto inimigo não tem valia.

 

O templo do corpo, nada guarnecido,

Merece o cuidado para ser protegido,

Para não chegar a ser pedra rejeitada,

Da religião ineficaz, e bem ressecada.

 

 

 

 

 

 

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