Ezequiel exilado na Babilônia,
Refém sob aviltada vergonha,
Lembrava com dor e saudade,
O Templo ruído da sua cidade.
Sonhava com inusitado templo,
A irradiar a fé de bom exemplo,
Como água viva gestando vida,
Para semear a bondade na lida.
Mais que uma pequena fonte,
Tida como abençoada argonte,
Teria que irrigar toda a direção,
Para sanear a raiva do coração.
O sonho não mudou a religião,
E esta formalizou, na boa ação,
Uma mera execução das regras,
Sem o avanço das lentas jegras.
O Templo feito lugar de vendas,
Abrigava o comércio em tendas,
Sem o elã para uma fé coerente,
Mas, só para mercado emergente.
Jesus, ao relativizar este templo,
E, ao declará-lo contra-exemplo,
Indicou o lugar da corporeidade,
Para a religião gestar a bondade.
A religião dos banais sacrifícios,
Apontava os evidentes indícios,
De não responder aos anseios,
E sequer levar a novos enseios.
Templo de pedra para dominar,
Permitia ações de se abominar,
Com o esvaziamento religioso,
Ocultado no discurso milagroso.
Já sob o deus Molloch moderno,
Nem importa agir bom e terno,
Mas, só prosperidade material,
Adorada como bênção comercial.
Com majestoso deus capitalista,
Religião suave e sensacionalista,
Precisa mediar os rendimentos,
Para auferir os divinos talentos.
Expulsões de cultos abençoados,
Poderiam ensejar outros legados,
Para ressurgir o templo da pessoa,
O lídimo Santuário da fé que ecoa.
Respeitado, não aponta para alvo,
Em combate sedutor para ser salvo,
Mas, poderia gestar a nova aliança,
Sem a barganha que atrela à fiança.
Quando alguém tido por terrorista,
É alvo de furiosa investida
direitista,
Sob alegação política dum combate,
Fazem-se coesos em brutal embate.
Rápidas pesquisas justificam os atos,
Para reafirmar os políticos
substratos,
De matar, como sendo a democracia,
Na qual suposto inimigo não tem
valia.
O templo do corpo, nada guarnecido,
Merece o cuidado para ser protegido,
Para não chegar a ser pedra
rejeitada,
Da religião ineficaz, e bem
ressecada.
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