Na onda do suposto big-bang,
Todo o mundo quer dar bang,
E o humano, feixe insatisfeito,
Foca alcançar o mais perfeito.
Pouco falado e muito desejado,
Ato de expandir-se para o lado,
Impregna as nuvens de desejos,
Sob as chuvas de possíveis ejos.
Nesta frágil condição humana,
Virtualidade cedo se promana,
Para o novo, inusitado, bonito,
Na ânsia pelo que seja infinito.
No contínuo mecanismo vital,
Humanóide, desde início fetal,
Se move rumo a amplo espaço,
Mesmo que lhe crie embaraço.
Quer crescer e quer dilatar-se,
Quer mais volume, e inflar-se,
Anseia expansão e a profusão,
Mais que cosmos na expansão.
Vontade de espalhar doutrina,
Torna-o complicado numa sina,
De interferir na decisão alheia,
Para avantajar a própria peia.
Quer ensinar a melhor religião,
E, para tanto gesta a agressão,
Por desejar modificar crenças,
Sem eliminar suas desavenças.
Quer aumentar sua força bélica,
Com atrevida ação maquiavélica,
Para alargar sob controle militar,
Imensas multidões a subordinar.
Anseia por reservas econômicas,
E faz as gastanças astronômicas,
Para ter as necessidades supridas,
E com muitas riquezas absorvidas.
Tudo envolve ideais de grandeza,
E leva a agir com toda a destreza,
Para expandir seu próprio espaço,
Que a toda hora propicia cansaço:
Luta pelo que pertence a outros,
Confronta divisa com destoutros,
Sequer se ajusta no seu entorno,
Porque vive obsessivo transtorno:
Não sossega, e não se conforma,
Pelo que a curta vida enforma,
Porque é bem limitada e finita,
Apesar de sua ambição infinita.
Nesta doença congênita e vital,
O ser humano confronta o rival,
Porque deseja similar expansão,
A configurar ameaça à ambição.
No limite que o planeta suporta,
Nada muda tanta vida já morta,
E lida humana, tão complicada,
Aponta para sinistra derrocada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário