sábado, 8 de novembro de 2025

CULTO E COMÉRCIO

 

 

Encontram-se em lugar comum,

E suas eiras dilatam seu jejum,

Para unir-se no rol do privilégio,

A favor dum indizível sortilégio.

 

Itinerário de grandioso templo,

Em fala sobre Deus, o exemplo,

Permite atribuições feitas a Ele,

Como ordens que vieram Dele.

 

Neste vício, o falado como Lei,

Cobrado rigorosamente da grei,

Auto-absolutiza poder religioso,

Como divino legado auspicioso.

 

Manipula Deus, oculta interesse,

Pelos atos favoráveis a benesse,

Para normativas de pureza legal,

E os ditames sobre a vida moral.

 

Pelo Sagrado, ele gera divisões,

Pauta os jejuns, muitas abluções,

E aplica um poder discriminador,

Para submeter e elevar seu favor.

 

Ante religião desta envergadura,

Jesus foi subversivo, linha dura,

Para enfatizar o corpo humano,

Contra um autoritarismo insano.

 

O poder religioso, feito absoluto,

Veiculado como meio impoluto,

Valoriza o templo como espaço,

Como pulsar de Deus no repasso.

 

O templo grandioso e enfeitado,

Para oferecer a Deus um legado,

De inquietações e de propósitos,

Define os reais augúrios insólitos.

 

O que não deveria ser preterido,

É o lugar do corpo enternecido,

Feito o belo altar para oferenda,

Do Deus peregrino nesta tenda.

 

Quando um animador de culto,

Cultua e venera o próprio vulto,

Eleva poder da modesta função,

Para elevar sua auto-promoção.

 

Sem carreira de legalista da Lei,

Nem de ação sacerdotal na grei,

Jesus intuiu que poder religioso,

Também sustenta perfil perigoso:

 

Desviado da função, pode dividir,

Submeter, espoliar e discriminar,

Para tornar-se absoluto no poder,

Sem ser favorável ao enternecer.

 

Possam os belos templos irradiar,

Capacidade hominídea de irmanar,

O templo corpóreo com o da terra,

Sem os ódios e armas para guerra.

 

 

 

 

 

 

 

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