quarta-feira, 26 de novembro de 2025

O PODER DE ENVERGONHAR

 

 

Vetusta classificação de pobres,

Confere aos ricos poderes nobres,

Poder envergonhar depauperados,

Para ditar seus rumos e sentidos.

 

Envergonha-se alguém inferior,

Menos possuído que o superior,

E o olhar tirano que o explora,

Agride todo o pobre que aflora.

 

Ótica dominante do olhar sádico,

Pela insinuação de poder fádico,

Leva as vítimas a sentir vergonha,

Através de humilhação medonha.

 

O debochador escorado na honra,

No direito de abusar com desonra,

Domina os que estão abaixo dele,

E permite entrar nos que repele.

 

A inferiores e desclassificados,

Aponta-lhes os graus elevados,

Para sair do nível de vergonha,

Rumo à vida menos enfadonha.

 

Longe dos padrões de beleza,

O pobre sofre na sua inteireza,

Pelos fascínios do dominador,

E internaliza seu nível superior.

 

Preso na ideologia da vergonha,

Assimila fascismo da garantonha,

E, todo vulnerável no seu medo,

Adora dominador e seu enredo.

 

Deseja sair da condição humilde,

E se deixa capturar pelo molde,

Da vida prestigiada e poderosa,

Em sua autorreferência vistosa.

 

Entusiasta da visão dominante,

Reproduz o discurso arrogante,

Porque se considera o superior,

Ante o relegado mundo inferior.

 

Mesmo refém do poder sádico,

Sob jeito desprezado e rústico,

Defende detentores da honra,

No ideal de superar a desonra.

 

Já vítima de um jogo perverso,

Envergonhado no rol anverso,

Segue, violentado e abusado,

No ar de ser um direcionado.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>VER PARA ESCUTAR</center>

  Quando as imagens sobrepostas, Numa alta velocidade de apostas, Prende no enxergar e ouvir ordens, O psiquismo só fornece desorden...