Vetusta classificação de pobres,
Confere aos ricos poderes nobres,
Poder envergonhar depauperados,
Para ditar seus rumos e sentidos.
Envergonha-se alguém inferior,
Menos possuído que o superior,
E o olhar tirano que o explora,
Agride todo o pobre que aflora.
Ótica dominante do olhar sádico,
Pela insinuação de poder fádico,
Leva as vítimas a sentir vergonha,
Através de humilhação medonha.
O debochador escorado na honra,
No direito de abusar com desonra,
Domina os que estão abaixo dele,
E permite entrar nos que repele.
A inferiores e desclassificados,
Aponta-lhes os graus elevados,
Para sair do nível de vergonha,
Rumo à vida menos enfadonha.
Longe dos padrões de beleza,
O pobre sofre na sua inteireza,
Pelos fascínios do dominador,
E internaliza seu nível superior.
Preso na ideologia da vergonha,
Assimila fascismo da garantonha,
E, todo vulnerável no seu medo,
Adora dominador e seu enredo.
Deseja sair da condição humilde,
E se deixa capturar pelo molde,
Da vida prestigiada e poderosa,
Em sua autorreferência vistosa.
Entusiasta da visão dominante,
Reproduz o discurso arrogante,
Porque se considera o superior,
Ante o relegado mundo inferior.
Mesmo refém do poder sádico,
Sob jeito desprezado e rústico,
Defende detentores da honra,
No ideal de superar a desonra.
Já vítima de um jogo perverso,
Envergonhado no rol anverso,
Segue, violentado e abusado,
No ar de ser um direcionado.
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