sábado, 15 de abril de 2017

Festa Pascal



Antiga passagem comemorada,
Da opressão para terra desejada,
Nas recordações daquele evento,
Propiciava vasto contentamento.

Na certa o mesmo amor de Deus,
Não deixaria jamais os filhos seus,
Retornar ao estado de sofrimento,
Porque lhes recriava novo alento.

A festa refazia a sofrida memória,
Dos tempos duma árdua vitória,
E remetia a uma grata satisfação,
Com a virtualidade para a nação.

Na ceia celebrativa da memória,
Recriava-se o sentido da história,
Pois a passagem do amor divino,
Fazia o povo sentir-se peregrino.

O processo deturpador da festa,
Fez da ceia a refeição indigesta,
Que passou a mobilizar a morte,
Para assegurar a vantajosa sorte.

Assim a manifestação salvadora,
Sacrificada como perturbadora,
Foi eliminada como desordeira,
Numa forma nada hospitaleira.

Visto como o avesso à tradição,
Revelou, contudo, a superação,
Do legalismo religioso exterior,
Nos sinais de um amor superior.

Sua passagem deu novo sentido,
Que atualizou o motivo preterido,
De celebrar o amor não merecido,
Do Deus revelado e compadecido.




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