sábado, 22 de outubro de 2016

Dor



De sutis a agudas e desesperadoras,
Multiplicam-se dores devastadoras,
Resultantes de orgânicas disfunções,
Ou de incontáveis outras injunções.

Se as físicas são tenebrosas e cruéis,
Ainda mais doem os afetivos vergéis,
Que destroem pelo silêncio cortante,
Sem qualquer lenitivo anestesiante.

A ignorância do nome e da identidade,
Causticam muito mais que a senilidade,
Pois ferem a memória e bons projetos,
E anulam a efetuação de atos concretos.

Muito mais dolorida que a dor sentida,
É a atrelada à superioridade denegrida,
Regida por ambição cega de aparecer,
E desprovida do dote de se enternecer.

A pervertida obsessão pela grandeza,
Engole sorrateira, a humana riqueza,
E transforma tanto serviço religioso,
Em mero meio para seu próprio gozo.

Se as técnicas, remédios e exercícios,
Oferecem tantos e variados benefícios,
Onde encontrar os modos valorizados,

Para priorizar serviços compartilhados?

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