sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Pai



Da condição familiar veio o perfil,
Dos bons ideais de futuro varonil,
Ou das produzidas perversidades,
Experimentadas nas atrocidades.

Refém de uma situação concedida,
A sorte dependeu de uma medida,
De ambiente humano e acolhedor,
Ou maldade procrastinada na dor.

Já não convém julgar seus reflexos,
Nem muitos ou negados amplexos,
Mas acolher na alegria do superado,
Seu elã gestor de um valioso legado.

No modo de lidar com contradições,
De tantas duras e fortes insinuações,
Articulou-se a alma tão enternecida,
A refletir uma qualidade adormecida.

Tanto pai exalta o alcance do nome,
E eleva a reputação do sobrenome,
Que fortalece a melhor identidade,
E ativa o alargamento da bondade.

Diante do pai que honesto perdeu,
Na condição do que a vida lhe deu,
Resta mais do que uma retribuição,
Um enternecido gesto de gratidão.

Se empedernido no modo cultural,
Nem sempre acolhe meigo e frugal,
Sua responsabilidade tão evidente,
Transluz o rol de um transcendente.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...