terça-feira, 9 de agosto de 2016

Justiça



Proclamada como gestora de respeito,
Padece dum enrustido e grave defeito,
De aglutinar um conjunto de exigências,
Eivadas as para próprias aquiescências.

Veiculada como a instância da retidão,
Para ponderar e delinear na prontidão,
Sobre a inteireza dos fatos perpetrados,
Tende ao fim do desfecho para agrados.

Prevalece mais o argumento persuasivo,
Do que julgamento de um fato objetivo,
E nas entrelinhas dos muitos não ditos,
Acha-se fundamento para os interditos.

Injusta é a realidade de leis em excesso,
Que permite provar qualquer processo,
Para livrar um réu da sua culpabilidade,
Mesmo que agiu com explícita maldade.

Sobretudo as leis caducas e inapropriadas,
Facilitam, aos espertos, apelações variadas,
Que os isentam de virem a ser condenados,
Por evidências e atos por eles perpetrados.

Como sonhar com paz duradoura e estável,
Se as regras aplicadas a um quadro instável,
Condenam os pequenos e cotidianos delitos,
E ocultam as causas geradoras dos conflitos?


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