Das comparações de dores,
E das medições de valores,
Além da forte dor de parto,
Outra gera um efeito farto:
A vida rejeitada como feto,
E negada sem mínimo afeto,
Ejetada no vazio do aborto,
Sem compaixão e conforto.
Dos poucos sobreviventes,
Eclodem dores padecentes,
Que o tempo não ameniza,
E nem muito amor suaviza.
O medo contínuo da morte,
Tira o encanto da rara sorte,
De expandir o dom da vida,
Com a gratidão enternecida.
A sensibilidade de ameaças,
Antecipa as novas desgraças,
E gera a percepção constante,
De outra rejeição degradante.
Nesta dor tão desorientadora,
Sem uma anestesia alentadora,
Queima todo o âmago do peito,
Sem surtir qualquer bom efeito.
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