Dores, oh, quantas dores,
Advindas dos dissabores,
A ocupar o nobre tempo,
Sem eira e contratempo.
Mais do que dores físicas,
Doem aquelas metafísicas,
Provenientes da memória,
De recordação merencória.
Ainda mais doídas são dores,
Que diagnosticam os temores,
Das reincidências fracassadas,
E de horas tristes e acossadas.
Na eira do pânico paralizante,
Surge sentimento aniquilante,
A tramar contra a serenidade,
Para impor lei de adversidade.
Aparece então do inconsciente,
O registro farto e reminiscente,
Que alarga a sensação dolorida,
De tanta fruição boa preterida.
Esta dor engole todo o alento,
E tritura o sonho de portento,
Pois paralisa egrégios projetos,
E anula o ardor de bons afetos.
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