O antigo
imperialismo romano estabelecia, para o seu tempo, um horizonte de esperanças
muito parecido com este que nos é proposto nos tempos atuais: consumir cada dia
mais, alargar sempre mais a riqueza, e viver no conforto!
Diante do
fim último estabelecido pelo império romano, os cristãos souberam reler o livro
da sabedoria que já havia alertado o povo de Israel para que captasse a
vigilância mais importante da sabedoria de Deus na história de Israel,
especialmente, aquela que tiveram na noite da saída do Egito a fim de livrar-se
de uma pesada escravidão.
Os cristãos,
mesmo constituídos num grupo ainda minguado e insignificante no meio do
imperialismo romano, tinham, contudo, a convicção de que eram portadores de
algo que ia para além das propostas de felicidade insinuadas pelo império
romano.
Entendiam os
cristãos emergentes que, em Deus, encontrariam razões mais importantes para o
futuro e para o fim da sua existência. Ao pensarem nas promessas deixadas por
Cristo, valorizavam a riqueza advinda das esperanças para além da vida e
consideravam de suma importância a atenção para tudo quanto levasse a existência
na direção do que Jesus Cristo havia proposto.
Mais do que
o mercantilismo ilusório daquela época, importavam aos cristãos os sinais que
realmente mostravam bem-estar. No cultivo desta atenção, ou vigilância, estava
a expectativa de que quando Jesus viesse a manifestar-se no meio deles, os
encontraria empenhados em bom serviço humanitário, assim como ele mesmo tinha
agido concretamente no meio das pessoas.
A convicção
também apontava ao bom-senso cristão que uma vida cordial e reta era mais
importante para a salvação do que muito empenho e desgaste físico para obtenção
de muitas riquezas e melhorias constantes no conforto.
Como para o
povo de Israel e para os primeiros cristãos não era fácil enxergar para além da
sedução dos valores romanos, nós também encontramos muitas dificuldades para
discernir algo para além das perspectivas consumistas que se apresentam diante
do nariz e dos olhos.
Assim, para
as pessoas de fé, algo que sequer aparece diante dos olhos, pode constituir o
horizonte de maior alcance, pois, em vez de situar o foco nos bens, o alargam
na atenção aos outros e se movem na certeza de uma herança gratificante a
revelar Deus no meio da condição humana.
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