sábado, 27 de agosto de 2016

Obsessão da vontade



Desde o envolvimento da gestação,
À iniciação despertadora da atenção,
Insinua-se a obsessão pela conquista,
Como o sinal vital da função prevista.

Cada criatura deve ser determinada,
A buscar pela vontade programada,
Ampliação do ambiente socializado,
Para deixar grande e vistoso legado.

Educa-se para o intelecto de argúcia,
Hábil para organizar toda a minúcia,
Mas não sensível ao ato de acolher,
E, menos ainda ao de se enternecer.

Na vivência religiosa imita-se a lida,
E na percepção da ação combalida,
Não se espera orientação de rumos,
Mas só resultados para os aprumos.

Rejeita-se o que aquieta a vontade,
E mais ainda o que indica veleidade,
Pois se quer haurir da fonte divina,
Tudo quanto a vontade determina.

Já não resta tempo para auscultar,
O que na vontade se deseja ocultar,
Ou tornar passível de acolhimento,
Algo que brote de bom sentimento.






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