quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Lares desfeitos



Nestes tempos de estímulo afetivo ilimitado,
Induzido por processo narcisista exacerbado,
Predomina a mutabilidade das experiências,
E a instabilidade de regras e de consistências.

Com a pornografia orientando o imaginário,
Qualquer corpo atraente segundo o ideário,
Merece ser curtido, desfrutado e deflorado,
Para a satisfação de um ego ensimesmado.

No corpo prostituído e feito para consumo,
O sagrado valor da vida familiar sem rumo,
Já não desperta nem aprumo e nem opção,
Porque já é refém prisioneiro da corrupção.

Corrompem-se os laços afetivos e sexuais,
E a troca dos parceiros por razões banais,
Propaga as crises sem caminho de perdão,
E gera ódios veiculados em larga profusão.

No fugaz que mata esperanças de futuro,
Produz-se um processo humano inseguro,
Apesar das ameaças e normas coercitivas,
Sem qualquer inovação nas perspectivas.

Tampouco a prática de fé e vida religiosa,
Criam meios para superar a lida piedosa,
De buscas para emoções desequilibradas,
Sem elã para refazer alianças esfaceladas.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...