Costuma-se
dizer que uma preparação de festa já antecipa as alegrias da festa,
especialmente, quando a festa tem razão importante para ser celebrada. Da
tradição católica herdamos da memória dos santos (as) padroeiros (as) uma razão
importante para festejar comunitariamente. Ao fazermos memória do que o santo
ou santa padroeira fizeram na sua existência, antecipamos uma possibilidade
maravilhosa: a nossa vida, apesar de tudo quanto não anda tão bem quanto
gostaríamos, também pode ser melhor e mais humanitária. Também antecipamos
possibilidades viáveis. Por esta razão uma festa comunitária tem o potencial de
gerar utopias de mundos melhores para serem vividos.
Da memória
bíblica sempre é bom relembrar o profeta Isaías que se desencantou com os
resultados das guerras e dos sofrimentos que causavam sofrimentos profundos e
desgostos à vida do povo. Ao relembrar que em tempos idos o povo vivia coeso,
unido e solidário em torno do templo em Jerusalém, passou a intuir que a volta
desta característica do povo vinculado a Deus seria um projeto de vida mais
eficaz do que sob as instabilidades de guerras e de conluios dos mandantes,
insensíveis às misérias do povo. Por esta razão, Isaías imaginava algumas
evidências sob a religação da aliança com Deus: o deserto se transformaria em
paraíso, doentes ficariam curados e as maldades do pecado seriam superadas.
Salientava algo muito interessante, pois, até a natureza ajudaria a criar um
clima de bem-estar: do toco da árvore derrubada brotariam frutos de alegria...
Isaías ainda imaginava que a reatância com Deus permitiria criar situações
novas de uma vida mais satisfatória.
Da alegre
expectativa despertada por Isaías e que ficou viva na memória do povo ao longo
dos séculos, pode-se imaginar o que representou a vida de Jesus Cristo: seu
modo de ser, de falar e de agir em favor do bem-estar das pessoas, ativava a
certeza de que nele estava se realizando esta sintonia e unidade em torno de
Deus.
Se nós ainda
hoje nos encantamos com a alegre expectativa criada por Isaías, muito mais
podemos alegrar-nos por lembrar a vida e a história de Jesus Cristo, porque em
razão do que ele fez e falou, podemos alentar-nos com motivações de alegria,
uma vez que em Jesus Cristo se realizou a ternura de Deus, tal como Isaías
sonhara a muitos séculos anteriores.
Que a
preparação da festa do nascimento de Jesus Cristo possa nos oportunizar
importantes razões de alegria e nos apontar a iminência de dias melhores porque
acolhemos Deus no meio de nós. Já não precisamos esperar novidades
sensacionalistas porque da memória do que Deus realizou através de Jesus Cristo
podemos encher-nos de alegre antecipação de alegria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário