sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Fontes de alegria



            Costuma-se dizer que uma preparação de festa já antecipa as alegrias da festa, especialmente, quando a festa tem razão importante para ser celebrada. Da tradição católica herdamos da memória dos santos (as) padroeiros (as) uma razão importante para festejar comunitariamente. Ao fazermos memória do que o santo ou santa padroeira fizeram na sua existência, antecipamos uma possibilidade maravilhosa: a nossa vida, apesar de tudo quanto não anda tão bem quanto gostaríamos, também pode ser melhor e mais humanitária. Também antecipamos possibilidades viáveis. Por esta razão uma festa comunitária tem o potencial de gerar utopias de mundos melhores para serem vividos.
            Da memória bíblica sempre é bom relembrar o profeta Isaías que se desencantou com os resultados das guerras e dos sofrimentos que causavam sofrimentos profundos e desgostos à vida do povo. Ao relembrar que em tempos idos o povo vivia coeso, unido e solidário em torno do templo em Jerusalém, passou a intuir que a volta desta característica do povo vinculado a Deus seria um projeto de vida mais eficaz do que sob as instabilidades de guerras e de conluios dos mandantes, insensíveis às misérias do povo. Por esta razão, Isaías imaginava algumas evidências sob a religação da aliança com Deus: o deserto se transformaria em paraíso, doentes ficariam curados e as maldades do pecado seriam superadas. Salientava algo muito interessante, pois, até a natureza ajudaria a criar um clima de bem-estar: do toco da árvore derrubada brotariam frutos de alegria... Isaías ainda imaginava que a reatância com Deus permitiria criar situações novas de uma vida mais satisfatória.
            Da alegre expectativa despertada por Isaías e que ficou viva na memória do povo ao longo dos séculos, pode-se imaginar o que representou a vida de Jesus Cristo: seu modo de ser, de falar e de agir em favor do bem-estar das pessoas, ativava a certeza de que nele estava se realizando esta sintonia e unidade em torno de Deus.
            Se nós ainda hoje nos encantamos com a alegre expectativa criada por Isaías, muito mais podemos alegrar-nos por lembrar a vida e a história de Jesus Cristo, porque em razão do que ele fez e falou, podemos alentar-nos com motivações de alegria, uma vez que em Jesus Cristo se realizou a ternura de Deus, tal como Isaías sonhara a muitos séculos anteriores.

            Que a preparação da festa do nascimento de Jesus Cristo possa nos oportunizar importantes razões de alegria e nos apontar a iminência de dias melhores porque acolhemos Deus no meio de nós. Já não precisamos esperar novidades sensacionalistas porque da memória do que Deus realizou através de Jesus Cristo podemos encher-nos de alegre antecipação de alegria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...