segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Bricolagem democrática



Na polissemia das incontáveis explicações,
Alargam-se, cada dia mais as contradições,
Que justificam territórios de constituintes,
A labutar pela garantia de seus requintes.

Nem a desejada democracia participativa,
E tampouco a tradicional representativa,
Preenchem reais anseios da coletividade,
E suprem objetivas carências da sociedade.

Na despolitização dissimulada de legítima,
A delegação auferida sob o voto da vítima,
Comprado com dinheiro da vil corrupção,
Disfarça-se a mais perversa manipulação.

No território assegurado pelos espertalhões,
A democracia ajusta os preceitos dos porões,
Da velha bricolagem de aparências bondosas,
Sobrepostas à astúcia de vantagens danosas.

A barganha de agregações mais estruturadas,
Sem uma representação de posturas ilibadas,
Valoriza somente a participação que ratifica,
O intento que melhor convém e as gratifica.

Na bricolagem da sobreposição dos agrados,
Interesses muito excludentes e diversificados,
Compatibilizam-se no discurso de persuasão,
Para convencer os manipulados da submissão.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...