No idílio da passagem de ano,
Acorda um velho desengano,
Do sonho tão pouco factível,
E da superação nada visível.
Se o sonho acalanta mundos,
Mais ternos e nada iracundos,
Não muda as velhas manhas,
Das abomináveis patranhas.
Enquanto a magia dos rituais,
Envolve impecáveis comensais,
Revive-se a euforia passageira,
Que deixa muito lixo pela eira.
No aparato de cores e sabores,
Nem todos festejam os alvores,
Porque avivam passado sofrido,
Dum trato amargo e denegrido.
Do trabalho pouco remunerado,
Emerge a certeza de um recado:
De que a dignidade tão sonhada,
Será novamente mais protelada.
Sob o quadro político passado,
Todo novo horizonte assacado,
Evade-se para além do alcance,
E deixa a esperança sem chance.
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