segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Grilo



Sua cor parda e escura,
Esconde toda diabrura,
De cantaria constante,
E muito perseverante.

Seu salto tão magnífico,
E seu órgão estridulante,
O deixam mui específico,
No cantarolar rompante.

O seu ruído estonteante,
Muito chato e maçante,
Faz lembrar os chiados,
Dos rolamentos pifados.

Seu canto bem amolante,
Lembra muito semelhante,
Que faz falsa apropriação,
De terreno da nossa nação.

Seus saltos imprevisíveis,
Lembram as trapalhadas,
Bem furtivas e indisíveis,
A propiciar gargalhadas.

Também lembra confusão,
De distúrbios em profusão,
Por pouca coisa em questão,
Consegue futrica de montão.

Por fim, difícil é persuadi-lo,
E achar jeito de dissuadi-lo,
De um canto nada floreado,
Para o timbre harmonizado.

Na imagem do grilo cantam,
Chatos zunidos pela mente,
Que em tudo desencantam,

E emergem bem de repente.

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