quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Estradas



Feitas para encontros,
E acessos para pontos,
Causam desencontros,
E reais contra-pontos.

Criadas para abastecer,
E a produção deslocar,
Permitem ensandecer,
Trambiques a ofuscar.

No vai-e-vem das idas,
O anseio dos regressos,
Marca incontáveis lidas,
E avançados progressos.

No anelo dos encontros,
Para agraciar os intentos,
Geram-se desencontros,
E com desapontamentos.

Na regularidade da pista,
O êxito da macia andança,
 Move distinto motorista,
No suporte da confiança.

Se é bom ir para voltar,
Assusta o sair para ficar,
Porque do novo a captar,
Intui-se algo a modificar.

O medo da não aceitação,
E da perda de referência,
Lateja com mais emoção,
Para eivar a maledicência.

Na expectativa do agrado,
E da decorrente acolhida,
Fustiga o medo do legado,
Da rica amizade preterida.

Começar tudo novamente,
Encanta, assusta e espanta,
E ocupa o tempo da mente,
No sonho que não acalanta.












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