terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Chimarrão



Desde a ancestralidade dos guaranis,
O chimarronear trás bons momentos,
E ativa energias mais que chá de anis,
Para sossegar a vida nos seus intentos.

Das ondas da espuma verde na cabaça,
Eclodem as sensibilidades sem chalaça,
E impregnadas de sabor que ativa a vida,
Equilibram as andanças da cotidiana lida.

No entorno dos olhares sensibilizados,
Do vai-e-vem da cuia e das conversas,
O sabor do verde fustiga os extasiados,
A não se meterem em ações perversas.

O chimarrão é ótimo para a memória,
Pois enquanto se sorve a seiva quente,
Reconstrói-se, na andança merencória,
O pendor da vida que leva para frente.

O chimarrão é eficaz para os desejos,
Enquanto sinal de gestos benfazejos,
Desperta o brio e a honradez da vida,
E revigora no ânimo a força combalida.

O bom do chimarrão é seu nobre poder,
De ação anti-depressiva e anti-oxidante,
E a capacidade das energias reascender,
Com horas fagueiras e mente galopante.

Ele estimula a atividade física e mental,
E reduz os triglicerídeos e o colesterol,
Mas, acima de tudo aviva a energia vital,
Para evitar as maldades e bobeiras do rol.

Há quem sustenta que é bom afrodisíaco,
Pois, melhor que as previsões do zodíaco,
Mescla memórias com renovados desejos,
E acalanta os sonhos para outros ensejos.

Ao fazer bem à atividade mental e física,
O chimarrão tem propriedade metafísica,
De remeter para além da sucção do sabor,
 A evaporação de toda a mágoa e dissabor.





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