Deplorável o tempo que se gasta,
Ao ter que suportar as bajulações,
Da artimanha tão sórdida e nefasta,
Das etiquetas de muitas saudações.
Gastam-se horas em elogios melosos,
Com o único interesse das vantagens,
Com palavreados dos mais duvidosos,
Para crassas e disfarçadas
chantagens.
A perda da objetividade do que se
quer,
Leva ao cultivo de tanta
grandiloquência,
Quando o que realmente importa
requer,
Nada daquela presumida benemerência.
No galanteio dos muitos títulos da
honradez,
Se oculta o vil interesse por boas
vantagens,
E perde-se escancaradamente toda
sensatez,
De etiquetas sóbrias e contidas
camaradagens.
Mais do que cansar os ouvintes
impacientes,
E esnobar com vestuário dos mais
atraentes,
Sobram no final os bem indigestos
salgados,
Para compensar as decepções e os malgrados.
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