Em nova
sondagem para convencer a respeito da Gatose, como doença nova entre
hospedeiros humanos e hospedados gatos, observou-se que afirmações sobre
simbioses de parasitas antigos no corpo humano, se tornaram essencialmente
fundamentais à vida dos humanos. Assim, o cocô das mitocôndrias e cloropastos,
tornam-se enzimas que alimentam o corpo humano, isto é, pagam com seu cocô a
hospedagem; e, os donos, acham que está bom desse jeito.
No longo
processo de adaptação para a convivência de múltiplos sistemas independentes de
vida, que se adaptaram à convivência de complementariedade benfazeja, a Gatose,
como é fenômeno recente, ainda se encontra em processo de ajuste, mas, já
aponta indícios de que características típicas de seres humanos, em áreas
urbanas, já não sobrevivam sem a hospedagem de gatos.
Os gatos tornaram-se fundamentais para a
afetuosidade humana e, também, para o passatempo das horas monótonas
encafurnadas em pequenos cubículos de moradia. Ademais, a dispersão de
deslocamentos de membros da família para serviços em lugares os mais variados,
leva, aos que ficam em casa, a necessitarem de gatos como energia vital para
sua existência a fim de passar as horas monótonas no isolamento humano.
A
compensação dos desencontros humanos devido aos deslocamentos para lugares de
trabalho, encontra nos gatos o lenitivo que acalma os nervos, que atenua a
libido, e que fornece a sensação de companhia agradável. Por outro lado, ainda
que os gatos se lamentem em torno de mais comida, e refuguem a substituição de
trato ao qual estão acostumados, são diferentes dos humanos que sempre querem
algo diferente, um docinho, um chocolate, um trago, uma cervejinha, um prato
que inove na aparência e no gosto.
Em breve,
casas e apartamentos humanos terão que contar com uma segunda despensa: uma
para os humanos e outra para os felinos hospedados. Possivelmente, um longo
processo permitirá que, tanto uns como outros, comam no mesmo prato, para sujar
menos louça e dispensar a mente humana com muitas preocupações, toda vez que humanos
vão aos supermercados e às farmácias.
Algo que já
indica algumas evidências da Gatose, é a dispensa de cestinhas, de pequenos
cobertores e de outras fofuras para servirem de cama para os gatos. Estes
passarão a dormir, necessariamente, ao lado de seus hospedeiros.
Ainda se
fará necessário um processo adaptativo para que o nariz humano não fique
entulhado de pelos de gato e tranque a respiração humana, por enquanto, tão
elementar para um bom sono humano. A convivência com mais gatos em ambientes
muito reduzidos, também implicará em adaptação do corpo humano para não mais
sentir as rinites alérgicas decorrentes da inalação de partículas de pelos dos
gatos.
Pelos de
gatos, que em nossos tempos contingentes ainda são uma promiscuidade da
interação humana-felina, poderão em futuro não muito distantes tornar-se
remédio contra asma, rinites e gripes, pois, irão limpar os canais
respiratórios e ainda enriquecê-los com vitaminas, proteínas, aminoácidos, sais
e minerais.
O processo
interativo destes dois sistemas de vida, o dos humanos e o dos felinos, através
da Gatose, irá trazer evidentemente alguns desafios aos atuais modos de vida
dos humanos. Para que os mimados gatos não sujem seus pés, o carregamento
braçal destes amados felinos, cada vez maiores e mais obesos, implicará em
lordoses e desvios de coluna que também terão que ser ajustados à musculatura
braçal para a adequada funcionalidade simbiótica.
O afeto
humano deslocado para os amorosos gatos, poderá, evidentemente, trazer uma nova
doença: o desaparecimento do afeto entre seres humanos, uma vez que o afeto se
desloca progressivamente para felinos e diminui na relação com criaturas
humanas. Estas, assim que nascerem, terão que ser parecidas com as perdizes:
assim que saem da casca, terão que ajeitar-se por conta para sobreviver. E
terão que ser também como as serpentes peçonhentas: ao saírem da casca, saber
soltar veneno mortal para assegurar sua auto-defesa e a sobrevivência na
seleção das espécies.
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